Portugal caiu nas mãos de políticos corruptos e de uma autêntica máfia partidária devido a um conjunto de fatores históricos, institucionais e culturais que foram se consolidando ao longo das décadas. Aqui estão alguns dos principais motivos que explicam essa realidade:
A Revolução de Abril de 1974 derrubou a ditadura, mas não erradicou as práticas de centralização do poder e de influência oculta. Muitos dos que estavam nos bastidores do regime adaptaram-se ao novo sistema e continuaram a controlar os principais setores do Estado, agora sob um verniz democrático.
O sistema partidário português fechou-se sobre si mesmo, criando um "cartel" de partidos que se alternam no poder sem mudanças significativas. As regras do jogo foram desenhadas para dificultar candidaturas independentes e novas forças políticas, mantendo sempre os mesmos protagonistas.
Os tribunais superiores, o Ministério Público e os órgãos fiscalizadores estão, na prática, condicionados pelos mesmos partidos que deveriam vigiar. Os processos de corrupção arrastam-se durante anos, prescrevem ou resultam em penas irrisórias, dando a sensação de impunidade total para políticos e empresários envolvidos.
Grande parte da economia portuguesa gira em torno do Estado. O clientelismo e o favorecimento de empresas ligadas aos partidos criaram uma cultura de dependência, onde os contratos públicos, subsídios e cargos são distribuídos de forma a garantir a perpetuação do poder.
O povo português, historicamente, tem uma cultura de resistência passiva em vez de revolta ativa. A falta de participação cívica e o desinteresse pela política deram carta branca aos partidos para fazerem o que querem, sem medo de retaliação popular.
Os grandes grupos de comunicação social dependem de financiamento estatal e de publicidade governamental. Isso cria um ambiente onde a imprensa raramente desafia o poder estabelecido e, quando o faz, é rapidamente silenciada ou desacreditada.
A corrupção tornou-se tão banal que grande parte da população a vê como inevitável. Muitos justificam atos ilícitos com frases como "eles roubam, mas fazem" ou "são todos iguais", o que perpetua o ciclo de impunidade.
Portugal está preso num sistema que favorece os mesmos grupos políticos e impede mudanças reais. A única forma de quebrar essa estrutura seria através de uma mobilização popular massiva, de reformas institucionais profundas e de uma justiça verdadeiramente independente. Até lá, a máfia partidária continuará a governar o país em benefício próprio.
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