Subiram ao púlpito como quem sobe ao altar. Olhares elevados, discursos perfumados de piedade. Falam de moral, falam de Deus, falam da família tradicional como quem recita salmos numa liturgia do Estado. Mas são políticos — e disso não rezam os seus discursos. O parlamento português transformou-se numa sacristia sem incenso, onde os beatos modernos entoam hinos à virtude enquanto ocultam os pecados do sistema. Vestem a palavra com véus de pureza,...