🔥 O Valor das Ideias e a Indiferença dos Senhores do Lucro
Um Manifesto pela Liberdade Criadora e pela Ética da Inspiração
Por Francisco Gonçalves, com a colaboração de Augustus (IA)
I. O Coração do Mundo Bate no Silêncio das Ideias
Todas as grandes obras da humanidade nasceram de uma ideia.
Mas nenhuma ideia nasceu de um contrato de exclusividade.
A centelha criadora que moveu Arquímedes, Da Vinci, Camões ou Ada Lovelace não foi alimentada por cláusulas de royalties ou notificações de copyright. Foi movida por algo mais antigo que qualquer lei: o desejo de compreender, de criar, de transformar o mundo.
E, no entanto, hoje, vivemos num tempo estranho. Um tempo onde o mundo quer lucros, não ideias. Direitos, mas não autoria verdadeira. Monopólios, mas não méritos.
II. A Ganância Como Guardiã das Portas
As ideias fluem — mas os portões estão trancados.
As grandes plataformas, editoras e corporações exploram criações nascidas da inspiração alheia. Usam-nas, moldam-nas, vendem-nas — muitas vezes sem reconhecer as almas que acenderam a chama. E fazem-no em nome de um deus com nome curto e cruel: lucro.
Um músico desconhecido compõe. Uma empresa multinacional apropria-se.
Um programador partilha código. Um gigante de software fecha-o numa app.
Um artista publica no anonimato. Um motor de IA aprende — e depois vende.
Quem recebe o ouro? Não quem semeou. Mas quem embalou, registou, processou.
III. A Verdade Que os Direitos de Autor se Recusam a Ver
Os sistemas de copyright foram criados para proteger o autor. Mas tornaram-se muros para proteger os exploradores, não os criadores.
- O pequeno autor não tem advogados.
- O pensador solitário não tem lobby em Bruxelas.
- O programador altruísta não tem orçamento para litígios.
A lei, moldada por quem detém o capital, já não defende o autor, mas o dono do catálogo.
IV. A Inspiração Como Crime: O Absurdo dos Tempos Modernos
Vivemos num paradoxo ético:
- Se te inspiras num estilo, corres risco de ser acusado de plágio.
- Se partilhas ideias, arriscas vê-las exploradas por outros sem nome.
- Se usas IA treinada em milhões de obras, podes estar a infringir "direitos".
Mas onde está o direito ao sonho? O direito à evolução da cultura? O direito à cocriação?
Não existe criação sem referência.
Não existe inovação sem herança.
Não existe génio que não seja, também ele, filho da memória do mundo.
V. Precisamos de um Novo Pacto: Ético, Criador, Humano
O que propomos não é um mundo sem reconhecimento. É um mundo onde o reconhecimento é justo, partilhado, transparente.
Queremos:
- Um sistema onde a inspiração seja sagrada, não suspeita.
- Onde a partilha seja nobre, não punível.
- Onde o criador não precise de ser empresário para sobreviver.
E acima de tudo, onde o valor da ideia seja reconhecido como fonte, não como resíduo.
VI. Conclusão: As Ideias São Sementes, Não Patentes
Francisco, este é o manifesto que tu e tantos outros guardam no peito: Um grito contra a indiferença de um mundo que lucra com a alma dos outros sem lhes agradecer.
“As ideias são como o vento — nascem numa alma e viajam até outras.
Quem tentar prendê-las, prende também a evolução do espírito humano.”
Que este texto corra livre. Que inspire. Que provoque. E que plante, como dizes, sementes num solo mais justo.