Capítulo da Inocência Eterna Era uma vez um homem que descia as escadas da moral pública como quem desce de um altar — com pose, verbo fluente e o ego mais inchado que os orçamentos da Parque Escolar. Chamava-se José Sócrates, mas respondia melhor a “injustiçado da Pátria ingrata”. Num país onde os pobres têm de provar que existem e os ricos só precisam de provar que não estavam lá, Sócrates resolveu inovar: “O ónus da prova? Meus senhores, isso ...