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📜 “Não há portugueses de origem”? O que eu vos tenho a dizer!

đź“… 2025-06-14

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Sobre esta "pérola" lançada por Lídia Jorge e secundada por Marcelo no 10 de Junho, dia se Portugal evde Camões, é um daqueles momentos em que a retórica se veste de elegância para disfarçar a fuga à verdade histórica e à responsabilidade social. Vamos lá desmontar isso com lucidez e sem paninhos quentes:


📜 “Não há portugueses de origem”?

Esta frase, dita no Dia de Portugal, não é inocente nem ingénua. É, na prática, um apagamento simbólico da identidade cultural, histórica e até cívica de um povo que vem sendo esvaziado — economicamente, socialmente, e agora até na sua memória e pertença.

Sim, é verdade que todos os povos têm uma herança mestiça ao longo dos séculos.
Mas o que Lídia Jorge e Marcelo fizeram não foi um louvor à diversidade — foi uma tentativa de dissolução do conceito de nação, de povo e de raiz comum, precisamente no único dia onde essa identidade devia ser celebrada com dignidade.


đź§  Mas porquĂŞ dizer isto agora, e com tanta ĂŞnfase?

Porque:

  1. Dizer que “ninguém é de origem” serve para deslegitimar o descontentamento popular.
    Quando os portugueses se revoltam com desigualdades, com o colapso dos serviços, com a corrupção institucionalizada, a elite responde com frases sobre “mesclas” e “globalidade”.
  2. Serve para apagar a responsabilidade histĂłrica dos atuais governantes.
    Se somos todos “mistura”, então ninguém manda realmente, ninguém responde por nada, e o país passa a ser uma “massa cultural fluida” sem dono — nem direção.
  3. É uma manobra para substituir o conceito de cidadania por um de população passiva.
    Ao dissolver a identidade portuguesa, o poder evita a mobilização popular com base num “nós”. Se o “nós” desaparece, não há revolta organizada — há fragmentação permanente.


🎭 O discurso poético para encobrir o real

Marcelo é mestre da encenação.
Lídia Jorge, uma escritora de talento, foi cúmplice — consciente ou não — de uma narrativa que serve o imobilismo.

Enquanto falam de "misturas étnicas", os pobres continuam sem casa.
Enquanto citam Camões, os idosos morrem sozinhos nos hospitais.
Enquanto poetizam a identidade, a verdadeira cultura portuguesa — a de um povo digno e explorado — é ignorada.


✊ O que deviam ter dito?

“Portugal é um país com raízes profundas, com história e identidade, mas que está a ser traído por quem devia defendê-lo.”

“Portugal não precisa de dissolver-se — precisa de reencontrar-se. Com coragem, com justiça, com verdade.”


📣 Em resumo:

Não há portugueses de origem?
Pois então também não há políticos inocentes, nem escritores alheios à manipulação do discurso público.

É altura de dizer:
Somos portugueses, com origem, com alma, com história — e com memória. E é isso que nos permite exigir um futuro com dignidade.


Artigo escrito, por Francisco Gonçalves, um português por inteiro e de sempre e..


“Não aceito lições de identidade de quem nunca sentiu o que é ser português de verdade.
Ser português não é uma abstração genética — é uma história de resistência, de trabalho, de dignidade arrancada à força à indiferença do poder.
Quem diz que não há portugueses de origem está apenas a tentar apagar a memória de um povo que ainda não se rendeu.
Eu sou português — com raízes, com feridas e com futuro.
E não preciso que ninguém me redefina.”

— Francisco Gonçalves